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A luz é uma das partes componentes da
natureza cuja ação nos influencia diretamente de diversas maneiras.
Não é a toa, que um dos ramos da Física, a Óptica, se ocupa em
estudá-la e compreendê-la em seus diversos aspectos.
Os fenômenos a ela relacionados estão
presentes nos instrumentos tecnológicos que estão a nossa volta.
Desde os usados para o estudo do microcosmo, a exemplo dos
microscópios, até aqueles utilizados no estudo do macrocosmo, como
os telescópios. Ademais, podemos identificar facilmente outros
fenômenos luminosos em diversos utensílios que empregamos
diariamente, tais como os variados tipos de lâmpadas que utilizamos
em nossas residências, os óculos, câmeras fotográficas, CDs,
DVDs, etc.
Mas sua atuação vai muito além dos
meios artificiais que criamos. Em nosso planeta, por exemplo, a luz
proveniente do Sol foi e é essencial para evolução e manutenção
da vida como a conhecemos. Segundo as teorias da evolução mais
aceitas, o oxigênio atmosférico, elemento imprescindível para a
maior parte das formas de vida da Terra, teve seus níveis aumentados
em razão do surgimento dos primeiros seres fotossintetizantes há
cerca de 3,5 bilhões de anos1.
O processo de fotossíntese realizado por eles e posteriormente pelas
plantas, faz uso da luz solar como fonte primária de energia, e após algumas atividades químicas
intracelulares, esses seres nos disponibilizam o oxigênio que
respiramos. A seguir, temos uma animação que exemplifica esse
processo:
Animação
1: Fotossíntese.
Fonte:
Próprio autor.
Essa animação mostra que durante o processo da fotossíntese a planta necessita de luz solar, água e gás carbônico para que depois dos processos químicos sejam obtidos gás oxigênio e glicose. O processo de fotossíntese é dividido em duas fases, a clara e a escura, no primeiro caso é necessária a presença da luz, no segundo não há essa necessidade. A próxima animação nos mostrará a ação da luz dentro de uma estrutura celular chamada fotossistema durante a fase clara.
Animação
2: Fótons e fotossíntese.
Fonte:
Próprio autor.
A
animação mostra que as partículas de luz denominadas fótons doam
energia às moléculas de clorofila (pigmento verde das plantas),
essa energia é transferida gradativamente ao centro de reação
(CR). Nesse instante, dois elétrons são liberados e captados pelo
receptor primário, iniciando a partir de então uma cadeia de
transferência de elétrons durante os demais processos que não
foram mostrados na animação. A liberação dos elétrons ocorre
devido a quantidade de energia que o CR recebe de diversas
clorofilas, excitando os átomos de seus compostos e liberando os
elétrons das últimas camadas.
Além
desse processo tão importante, a luz está relacionada a outros
fenômenos que nos influenciam diretamente. Permanecendo no campo
bioquímico e mais diretamente relacionada à saúde humana, sabe-se
que a exposição à luz solar pode trazer consequências benéficas
ou prejudiciais ao funcionamento de nosso organismo. Expor a pele à
luz do Sol de 15 a 20 min diariamente contribui para síntese dos
hormônios esteroides lipossolúveis (vitamina D), no entanto,
ultrapassar esse limite em horários de alta intensidade de radiação
solar (das 10 h às 15:30 h nas regiões tropicais) pode contribuir
para o surgimento do câncer de pele2. Logo abaixo, temos
uma animação que esquematiza o metabolismo desses hormônios
essenciais:
Animação
3: Metabolização da vitamina D3.
Fonte:
Próprio autor.
Na
animação é mostrada a metabolização da vitamina D3. Ela exibe
que os fótons dos raios UVB são capazes de quebrar uma ligação na
molécula de 7-Deidrocolesterol, devido ao processo de absorção do
fóton por esta molécula, transformando-a na pré-vitamina D3. Em
seguida, devido a ação do calor que provoca reações químicas,
essa pré-vitamina se transforma na vitamina D3, que posteriormente
segue para a corrente sanguínea3.
Outro
fator de influência da luz sobre nossa saúde está relacionado a
exposição direta de nossos olhos às radiações solares. O contato
dos olhos com a radiação ultravioleta pode ocasionar lesões na
córnea e na retina, além de doenças, como a catarata e o
pterígio4. Para minimizar o problema, é comum o uso de
óculos de sol, em especial aqueles que funcionam com lentes
polarizadas. Esse tipo de lente possui maior eficácia na filtragem
da luz que atinge o aparelho da visão, pois impede a passagem das
radiações ultravioletas A e B (UVA e UVB)5. Para
entender um pouco mais sobre a polarização da luz nos óculos
polarizados observe a animação seguinte:
Animação
4: Óculos polarizado.
Fonte:
Próprio autor.
Neste vídeo, é possível observar que os óculos polarizados diminuem o brilho devido ao reflexo da luz solar que atinge os corpos. Na próxima animação veremos como ocorre a polarização das ondas luminosas vindas do Sol, e que são refletidas numa superfície até atingirem nossos olhos.
Animação
5: Polarização da luz 1.
Fonte:
Próprio autor.
O
vídeo mostra que as ondas luminosas provenientes do sol se propagam
em diversas direções. Ao atingirem a superfície, elas passam a ser
refletidas com polarização horizontal, por fim, ao atingirem a
lente, ocorre uma espécie de bloqueio das ondas, que não são
capazes de atingir os olhos.
Isso
ocorre porque o processo de polarização é uma espécie de
filtragem. Ao passar por um polarizador (como a lente da animação),
a onda luminosa que se propagava em diversos planos é "filtrada"
e passa a se propagar no plano determinado pelo filtro polarizador.
Observe esse processo na animação a seguir:
Animação
6: Polarização da luz 2.
Fonte:
Próprio autor.
Na
animação, a fonte de luz emana luz não polarizada, com diversas
componentes representadas pela diversas cores. Ao passar pelo
primeiro filtro, que polariza verticalmente, só é possível
verificar a presença da componente vertical daquela luz,
representada na cor azul. Quando chega no segundo filtro, que
polariza horizontalmente, nenhuma componente consegue atravessar.
Diante
da variedade de fenômenos aqui expostos e de tantos outros aos quais
não nos referimos, mas que têm em sua base uma relação direta com
a luz, poderíamos nos questionar: a luz se comporta igualmente em
todos os casos? A explicação relativa a um fenômeno se aplica
igualmente aos demais?
Pelas
animações e suas explicações, prontamente respondemos
negativamente a esses questionamentos. Por um lado, nos fenômenos da
fotossíntese e da metabolização da vitamina D se enfatiza a ação
dos corpúsculos de luz (fótons), por outro, no processo de
polarização, a luz é tratada como uma onda.
Ante
essa situação, voltamos a questionar: como a ciência explica esse
comportamento? Afinal, a luz é uma onda ou uma partícula?
Na
tentativa de esclarecer a natureza da luz, indagações semelhantes a
essas têm sido feitas por pensadores e cientistas desde a
antiguidade. Nas postagens que se seguem, abordaremos as principais
descobertas e tentativas feitas nesse sentido e que se destacaram ao
longo da história.
Atividade
1
1)
Diante das informações expostas no texto e nas animações, qual a
importância do reino vegetal para o equilíbrio ecológico do nosso
planeta?
2)
De que forma a luz pode contribuir positivamente para nossa saúde? E
negativamente?
3)
Descreva a atuação da luz nos seguintes fenômenos:
a)
Fotossíntese;
b)
Metabolização da vitamina D3;
c)
Polarização.
4)
Qual a função dos óculos polarizados? Como funciona a
polarização da luz nas lentes polarizadas?
5) Na segunda animação sobre a fotossíntese um fóton é refletido enquanto outros dois são absorvidos. Explique o porquê.
6) Pesquise: O que são raios UVA e UVB?
6) Pesquise: O que são raios UVA e UVB?
7)
O que você entendeu sobre a natureza da luz a partir desta postagem?
Referências
1 NOGUEIRA.
S. A
grande oxigenação.
Revista Pesquisa Fapesp,
2011. Disponível em:
<http://revistapesquisa.fapesp.br/2011/12/26/a-grande-oxigenacao/>.
Acesso em: 15 nov. 2018.
2 STUPPIELLO,
B. Especialistas esclarecem 12 dúvidas sobre a vitamina D. Minha
Vida: saúde, alimentação
e bem-estar, 2016. Disponível em:
<https://www.minhavida.com.br/alimentacao/galerias/17222-especialistas-esclarecem-12-duvidas-sobre-a-vitamina-d>.
Acesso em: 15 nov. 2018.
3 CASTRO, Luiz Claudio Gonçalves de. O sistema endocrinológico vitamina D. Arq Bras Endocrinol Metab [online]. 2011, vol.55, n.8 [cited 2019-07-06], pp.566-575. Disponível em: . Acesso em: 06 jul. 2019.
4 BONFADINI, G. Por que os olhos pedem cuidados (e óculos de sol) no verão. Saúde, 2018. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/por-que-os-olhos-pedem-cuidados-no-verao/>. Acesso em: 15 nov. 2018.
4 BONFADINI, G. Por que os olhos pedem cuidados (e óculos de sol) no verão. Saúde, 2018. Disponível em: <https://saude.abril.com.br/blog/com-a-palavra/por-que-os-olhos-pedem-cuidados-no-verao/>. Acesso em: 15 nov. 2018.
5 LENTES
POLARIZADAS. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Lentes_polarizadas>.
Acesso em: 15 nov. 2018.
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