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Dando prosseguimento aos fenômenos ondulatórios, analisemos agora o caso da interferência luminosa.
A interferência pode ser entendida
através dos processos de superposição1
entre duas ou mais ondas, onde as partes denominadas cristas e vales
(ver figura abaixo) se sobrepõem, ocasionando aumento, diminuição
ou anulação da amplitude da onda resultante.
Figura
13: Partes de uma onda.
Fonte:
Próprio autor.
Nessa figura, A é amplitude da
onda. Ela pode ser entendida como a distância entre a linha central
e a “parte mais alta”, a crista da onda. Na ilustração também
encontramos o comprimento de onda λ,
que corresponde à distância entre duas cristas (ou dois vales)
consecutivas.
Para entender melhor o processo de
interferência entre ondas idênticas analise a animação a seguir:
Animação
13: Tipos de interferência.
Fonte:
Próprio autor.
A primeira situação da animação,
mostra que quando duas ondas idênticas estão em fase, a
interferência verificada é construtiva, nesse caso, a onda
resultante permanece com a mesma frequência2,
mas dobra o valor da amplitude em comparação ao das ondas que a
formaram. Se há diferença de fase e esta é correspondente à
metade do comprimento de onda, a interferência é considerada
destrutiva, havendo um cancelamento total entre as ondas
(segunda situação da animação). Mas se a falta de fase possuir
valor distinto do anterior, a interferência será parcialmente
destrutiva, ocasionando diminuição da amplitude da onda
resultante, conforme a última situação da animação.
No caso da luz, a interferência foi
identificada e estudada pela primeira vez por Thomas Young no início
do século XIX. Young observou que a luz incidente em dois furos de
alfinete muito próximos produzia franjas de claro e escuro em um
anteparo. Essas franjas eram compostas de partes brilhantes
(máximos), formadas pela superposição construtiva de dois
vales ou duas cristas das ondas resultantes da difração nos
orifícios, e de partes escuras (mínimos), obtidas pela
interferência destrutiva entre as cristas das ondas oriundas de um
dos furos com os vales das ondas originadas no outro. Se ao invés de
furos de alfinetes, forem usadas fendas, as franjas obtidas serão
observadas em linha reta. Apesar de ter sido feito com duas
aberturas, o experimento de Young pode ser realizado com múltiplas
fendas, obtendo-se um padrão denominado de rede de difração.
Observe na animação a seguir o
processo de interferência obtido através da passagem das ondas
luminosas por uma fenda, e posteriormente por duas fendas.
Animação
14: Interferência por duas fendas.
Fonte:
Próprio autor.
Na
animação, observa-se que ao passar pela primeira fenda as ondas
luminosas sofrem difração, curvando-se. Estas sofrem mais difrações
ao passarem pelas outras duas fendas. Durante seu percurso até
chegar ao anteparo, essas ultimas ondas difratadas sofrem
interferências construtivas e destrutivas. Por fim, um padrão de
interferência é formado no anteparo, com franjas claras e escuras.
Diversos
fenômenos luminosos são resultantes de processos de difração e
interferência da luz. É o caso das cores observadas nas bolhas de
sabão, na gasolina espalhada no chão, na penugem de algumas aves e
etc. Observe o pequeno vídeo abaixo em que é possível visualizar
um pequeno espetro colorido na bolha feita com detergente:
Vídeo
2: Padrão de interferência em uma bolha de sabão.
Fonte:
Próprio autor.
A
bolha mostrada é constituída por uma película muito fina feita de
água e detergente (ou sabão em outros casos), essa película faz a
separação entre o ar externo e interno à bolha. Se o comprimento
de onda da luz que incide sobre ela (no caso do vídeo é a luz do
Sol considerada branca) for aproximadamente igual ao da espessura da
película, o fenômeno de interferência pode ser observado. Veja na
animação a seguir, uma aproximação do que acontece:
Animação
15: Interferência luminosa em uma bolha de sabão.
Fonte:
Próprio autor.
A
animação mostra que a luz branca, ao atingir a película da bolha,
é refletida pela parte interna e externa da película. Estas partes
refletidas possuem diferença de fase e ao atingir os olhos provocam
interferência destrutiva. Nessa animação, a interferência
destrutiva foi na região do amarelo. Nesse caso, o amarelo é
subtraído da luz branca e a cor vista é o azul. Isso pode ocorrer
para diversas faixas de cores, por isso um espectro colorido pode ser
notado nessas formações. Algo semelhante ocorre com a gasolina
espalhada em certas superfícies3.
Atividade
6
1)
Quais os tipos de interferência e quais as condições para que
eles aconteçam?
2) Pesquise o que é a fase de uma onda.
3)
De que forma o comprimento de onda pode influenciar o fenômeno da
interferência?
4)
Pesquise quais cores podem ser vistas quando o azul, o vermelho e o
verde são subtraídos da cor branca?
5)
Faça um desenho ilustrando uma onda luminosa que passa por 3
obstáculos até atingir um anteparo. O primeiro dos obstáculos
possui uma fenda centralizada, o segundo possui duas e o terceiro
possui três. Considere que a luz sofra difração em cada uma das
fendas.
6)
Faça um resumo sobre o fenômeno da interferência.
____________________________________
Referências
Referências
1 A
superposição pode ser entendida como uma espécie de soma. É um
princípio aplicado em diversos estudos da Física, como no caso da
superposição de forças.
2 A
frequência é o número de oscilações por unidade de tempo, para
entendê-la melhor acesse a página sobre ONDAS ELETROMAGNÉTICAS.
3 HEWITT,
P. G. Física Conceitual.
11. ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
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