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Desde as últimas postagens, a luz tem sido apresentada a partir de uma abordagem ondulatória. Nesse sentido, ela foi classificada dentro do grupo das ondas eletromagnéticas. Apesar desse seu aspecto ter sido capaz de esclarecer diversos fenômenos, tais como a difração e a interferência, o efeito que analisaremos a seguir só pôde ser entendido a partir de uma nova perspectiva. Nessa perspectiva, o aspecto corpuscular teve que ser assumindo. No texto a seguir, faremos uma breve análise desse fenômeno, conhecido como efeito fotoelétrico.
Para entendimento desse efeito podemos
considerar um aparato composto por uma superfície metálica
fotossensível1
ligada ao polo negativo de uma bateria, uma placa positiva ligada a
um amperímetro2
que por sua vez se liga ao polo positivo da mesma bateria. A
superfície e a placa estão inseridas em uma ampola3
de vidro, conforme a figura seguinte.
Figura
14: Esquema do experimento do efeito fotoelétrico.
Fonte:
Próprio autor.
Nessa figura, 1 indica a fonte de luz,
2 corresponde a placa metálica, 3 é a bateria, 4 é o amperímetro,
5 é o botão que modifica a frequência luminosa (as cores) e 6 é o
botão que controla a intensidade da luz incidente.
O experimento se processa de forma
relativamente simples: quando a superfície fotossensível é
atingida pela luz, elétrons são liberados e atraídos para o polo
oposto. Durante o deslocamento o amperímetro registra a corrente
elétrica formada.
Para que possamos entender esse
fenômeno, necessitamos verificar em que condições ele ocorre. A
seguir, enumeraremos alguns questionamentos e verificaremos suas
possibilidades através de animações:
1. A intensidade luminosa é capaz de
influenciar o fenômeno?
Animação
16: Efeito fotoelétrico 1.
Fonte:
Próprio autor.
Nessa animação, observou-se que com
comprimento de onda utilizado (correspondente ao vermelho) o aumento
da intensidade luminosa não provocou a ejeção de elétrons.
2. Já que o vermelho, em sua maior
intensidade, não foi capaz de ejetar os elétrons, outra cor seria
capaz de realizar esta tarefa?
Animação
17: Efeito fotoelétrico 2.
Fonte:
Próprio autor.
Observe que a intensidade da luz nessa
situação foi reduzida ao mesmo valor da animação anterior (25%).
Nota-se que ao passarmos gradativamente do vermelho para o verde,
este último foi capaz de ejetar elétrons como desejávamos. Isto também tem relação com o tipo
de metal em que a luz incide, nessa representação a placa metálica
é de sódio, se a placa fosse feita de outro metal a frequência
luminosa mínima capaz de ejetar elétrons seria diferente da
mostrada. Naturalmente, não poderíamos visualizar os elétrons como é
representado na animação, mas poderíamos detectar sua presença
pela alteração no amperímetro, como foi mostrado.
3. Se continuarmos mudando o
comprimento de onda, o que acontecerá?
Animação
18: Efeito fotoelétrico 3.
Fonte:
Próprio autor.
Ainda mantendo a mesma intensidade
luminosa, vimos que quando o comprimento de onda vai se aproximando
do correspondente ao violeta, a velocidade dos elétrons é
aumentada, ou seja, sua energia cinética é aumentada.
4. Se voltarmos a usar o comprimento
de onda que primeiro possibilitou a ejeção dos elétrons,
aumentando a intensidade luminosa, o que aconteceria?
Animação
19: Efeito fotoelétrico 4.
Fonte:
Próprio autor.
Ao passo que a intensidade luminosa é
aumentada, o número de elétrons ejetados também é aumentado,
observe também que o amperímetro registra uma corrente mais
intensa.
⚐ Você pode utilizar um simulador do efeito fotoelétrico a partir da plataforma de simulações Phet. Acesse-o aqui: PHET.
⚐ Você pode utilizar um simulador do efeito fotoelétrico a partir da plataforma de simulações Phet. Acesse-o aqui: PHET.
Dentro de suas proporções,
observações semelhantes a essas foram feitas pela comunidade
científica. De início, achava-se que a teoria ondulatória seria
suficiente para explicar o fenômeno, usando para isso a ideia de
que a onda luminosa incidente provocaria vibrações nos elétrons da
superfície do metal, aumentando sua amplitude de oscilação até o
ponto em que eles se liberariam do material. Sendo assim, quanto
maior fosse a intensidade da luz, mais elétrons deveriam ser
ejetados. Além disso, se essa teoria estivesse correta, deveria
se esperar um certo tempo para que os elétrons pudessem ser
ejetados, de forma que, quanto maior a intensidade da luz (luz
forte), mais rápida seria a ejeção dessas partículas.
No entanto, as observações não
corresponderam as expectativas. Foi constatado que, mesmo para
intensidades luminosas baixas (luz fraca), os elétrons eram ejetados
de forma imediata,
após a luz ser ligada. Além desse fato, outras análises
fizeram notar que a teoria clássica era insuficiente para o
entendimento do processo. Destacam-se as seguintes:
1) Quanto maior a frequência
luminosa, ou seja, quanto mais próximo do violeta, maior era a
constatação do fenômeno.
2) A emissão da luz estava
relacionada a uma frequência mínima (uma cor específica) que
dependia de cada material atingido pela luz. Essa frequência poderia
alterar a velocidade de ejeção dos elétrons. Ver Animação 18.
3) Depois de atingida a frequência
mínima, também chamada de frequência de corte, existia uma
proporcionalidade entre a taxa de ejeção dos elétrons e a
intensidade da luz. Ver Animação 19.
Os novos fatos causaram embaraço, uma
vez que não confirmavam a explicação ondulatória.
Diante desse contexto, uma proposta
explicativa para esse efeito foi feito por Albert Einstein em 1905.
Esse notável cientista, mundialmente conhecido pelas suas teorias da
relatividade especial e geral, respondeu o problema fazendo uso da
teoria da radiação de Max Planck. Para este, a energia na
matéria é quantizada, emitida em porções discretas,
individualmente chamadas de quantum, em outras palavras, a energia
seria emitida em pequenos “pacotes” de energia.
Einstein, ao seu turno, utilizou dessas ideias, mas diferentemente de
Planck, também atribuiu propriedades quânticas à luz. Para
Einstein, a luz incidiria de forma quantizada, como pacotes de
energia, os quanta de luz.
Estes quantas, seriam considerados corpúsculos
(partículas),
posteriormente denominados de fótons pelo
físico-químico americano GilbertN. Lewis (1875
– 1946).
Observe
na animação a seguir, como
seria
a atuação dos fótons no
efeito fotoelétrico:
Animação
20: Ação do fóton no efeito fotoelétrico.
Fonte:
Próprio autor.
Em sua explicação, Einstein
considerou que cada fóton era capaz de ejetar apenas um elétron.
Este, absorveria o corpúsculo de luz completamente e de forma
imediata, sem atraso em que pudesse haver acúmulo de energia
absorvida. Daí a observação de que quanto mais intenso o feixe de
luz, maior a quantidade de elétrons ejetados. Isso se deveria ao
fato de que uma maior quantidade de fótons estaria sendo emitida.
Ver Animação 19.
A
teoria de Einstein
se tornou melhor aceita após a
comprovação experimental feita por Robert Millikan e,
além de render o Prêmio Nobel a Einstein, a
explicação do efeito fotoelétrico reintroduziu as ideias
corpusculares sobre a luz.
Na
atualidade, considera-se que o fóton seja uma partícula de massa
nula classificada entre os corpúsculos denominados Bósons,
com spin igual a um, porém “o conceito de quantum de luz,
ou fóton, é muito mais sutil e misterioso do que Einstein
imaginava. Na verdade, até hoje não é compreendido perfeitamente”
(HALLIDAY, RESNICK, WALKER, 2016).
Atividade
7
1)
Defina:
a)
frequência luminosa.
b)
intensidade luminosa.
2)
Sobre o efeito fotoelétrico, responda:
a)
qual a relação entre a frequência luminosa e os elétrons
ejetados?
b)
qual a relação entre a intensidade luminosa e a ejeção de
elétrons?
3)
Por que a teoria ondulatória clássica da luz não é capaz
de explicar o efeito fotoelétrico?
4)
De que forma Einstein explicou este efeito?
5)
O que são fótons? Faça uma pesquisa mais detalhada sobre o assunto.
6)
Diante das postagens vista até então, como você define a luz?
________________________________________
Referências
Referências
1 Sensível
à luz.
2 Aparelho
cuja finalidade é medir correntes elétricas.
3 Pequeno
frasco.
4 HALLIDAY,
David. RESNICK,
Robert. WALKER, Jearl.
Fundamentos de física:
óptica e física moderna. v.
4, 10.
ed. - Rio de Janeiro: LTC, 2016.
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