segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Ondas eletromagnéticas


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Como foi visto na postagem introdutória, a luz pode ser entendida como uma onda luminosa. Mas que tipo de onda ela seria? Aliás, quais são os tipos de onda?
A parte da física encarregada do estudo das ondas de forma mais ampla é a chamada de Ondulatória. Nos seus conceitos básicos, é comum se classificar as ondas, no tocante a sua natureza, como mecânicas ou eletromagnéticas. No primeiro caso, encontram-se as ondas que necessitam de um meio material para se propagar, como exemplo temos as ondas sonoras que se propagam no ar. No segundo caso, encontram-se as ondas que se propagam em qualquer meio, incluindo o vácuo, a exemplo das ondas de rádio que atravessam o ar de nosso planeta, mas também são capazes de se propagar no espaço interplanetário, o vácuo.
Entendida como uma onda, a luz pertence ao segundo grupo anteriormente mencionado. Isso pode ser constatado no fato de que a luz do Sol atravessa o vácuo para chegar ao nosso planeta. Apesar de hoje entendermos isso de maneira mais simples, a descoberta de que a luz é uma onda eletromagnética não aconteceu de forma tão trivial.
No século XIX, o matemático e físico escocês James C. Maxwell reuniu resultados de trabalhos nas áreas da eletricidade e do magnetismo, demonstrando matematicamente, que ambas estão inter-relacionadas. No seu trabalho, ele previu teoricamente a existência das ondas eletromagnéticas, relacionando algumas equações que posteriormente ficaram conhecidas como Equações de Maxwell.
Das relações entre essas equações foi possível chegar a expressão

Equação 2:


Onde µ0 é a permeabilidade magnética no vácuo e ε0 é a permissividade elétrica no vácuo. Esse resultado, o levou a concluir que as ondas eletromagnéticas possuem velocidade v constante no vácuo. Ademais, o valor obtido, quando ε0 e µ0 são substituídos por seus respectivos dígitos, é o mesmo encontrado para a velocidade da luz no vácuo, c 3.108 m/s, ou seja, v = c.
Desse modo Maxwell conseguiu demonstrar teoricamente uma relação entre a luz e o eletromagnetismo, mostrando que aquela é uma onda eletromagnética.
Uma onda eletromagnética, como o nome sugere, possui componentes referentes aos campos elétricos e magnéticos. Os primeiros são gerados por cargas elétricas, que ao vibrarem produzem os segundos. Veja na imagem a seguir como normalmente estas ondas são representadas.

Figura 10: Campo elétrico e campo magnético numa onda eletromagnética.
Fonte: Próprio autor.

Na imagem, a componente em azul refere-se ao campo elétrico que se propaga verticalmente. A variação desse campo nessa direção gera um campo magnético, representado em vermelho, na horizontal. Nesse caso, o sentido de propagação é o do eixo y.
O que diferencia uma onda eletromagnética de outra é sua frequência (f) ou seu comprimento de onda (λ). A frequência corresponde ao número de oscilações por unidade de tempo enquanto que o comprimento de onda refere-se a distância entre dois pontos consecutivos de uma onda, observe a imagem a seguir:

Figura 11: Partes de uma onda.
Fonte: Próprio autor.

Nesta imagem, A é a amplitude e o comprimento de onda está representado como a distância entre duas cristas (partes superiores das ondas). A frequência e o comprimento de onda estão diretamente relacionados, veja na animação a seguir como se dá essa relação:

Animação 9: Entendendo a frequência de uma onda.
Fonte: Próprio autor.

No vídeo é possível perceber que quanto maior o comprimento de onda, menor é a frequência (menos oscilações) e vice-versa, significando que elas são grandezas inversamente proporcionais. A relação entre essas duas grandezas e a velocidade da luz é c = λf.
A luz visível, por exemplo, possui frequências anteriormente próximas a 1015 Hz1 enquanto que as ondas de rádio possuem frequência entre 104 Hz e 1011 Hz2. Além dessas duas faixas, muitas outras pertencem as chamadas ondas eletromagnéticas. Veja no vídeo a seguir o conjunto dessas ondas, conhecido como espectro eletromagnético.

Animação 10: O espectro eletromagnético.
Fonte: Próprio autor.

Observe que a parte visível desse espectro é muito pequena em comparação com as demais, invisíveis ao nossos olhos. Nesse espectro, aquelas ondas cuja frequência estão além do violeta são mais energéticas, como o caso dos raios gama, usados no tratamento de alguns tipos de cânceres. Por outro lado, as ondas que estão aquém do vermelho são menos energéticas.
Note que o vídeo também mostra que a parte visível corresponde ás cores que normalmente se observa num arco-íris, e que tais cores foram obtidas através da dispersão da luz branca ao atravessar um prisma. Frequentemente, se considera como luz somente essa parte visível, pois é a única que consegue impressionar nossos olhos. Apesar disso, todas as demais faixas possuem aplicações no mundo da ciência e tecnologia.


Atividade 4

1) Quais as diferenças entre uma onda mecânica e uma onda eletromagnética?

2) Por que a luz pode ser classificada como uma onda eletromagnética?

3) Qual a importância da relação matemática mostrada no texto?

4) O que é a frequência de uma onda?

5) O que é o comprimento de onda de uma onda?

6) De que forma estão relacionados a frequência e o comprimento de onda numa onda?

7) O que é o espectro eletromagnético?

8) Pesquise sobre as principais características e utilidades das seguintes ondas eletromagnéticas:
a) Raios gama;
b) Raios X.
c) Ultravioleta.
d) Infravermelho.
e) Rádio.
f) Microondas.

9) A concepção da luz como uma onda eletromagnética produz alguma mudança considerável nas representações geométricas apresentadas na postagem ‘A câmera escura’? Justifique.

9) A concepção da luz como uma onda eletromagnética produz alguma mudança considerável nas representações geométricas apresentadas na postagem ‘A câmera escura’? Justifique.


10) Diante das postagens vistas até então, como você define a luz?


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Referências

1HALLIDAY, David. RESNICK, Robert. WALKER, Jearl. Fundamentos de física: óptica e física moderna. v. 4, 10. ed. - Rio de Janeiro: LTC, 2016.
2HALLIDAY, David. RESNICK, Robert. WALKER, Jearl. Fundamentos de física: óptica e física moderna. v. 4, 10. ed. - Rio de Janeiro: LTC, 2016. 

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